sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
O JOVEM GILAD SCHALIT
Em visita a Israel fui convidado para visitar uma tenda armada numa Rua de Jerusalém onde uma família está acampada há vários meses como forma de chamar a atenção das autoridades israelenses para o seqüestro de um jovem soldado do exército de Israel por integrantes do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica). As primeiras ações armadas do Hamas ocorreram com o início da Primeira Intifada. Inicialmente atacavam rivais palestinos e depois, os militares israelenses. Posteriormente suas ações passaram a ter como alvo tanto os militares como os civis israelenses. Entre abril de 1993 e 2005, o Hamas promoveu atentados suicidas que visavam essencialmente à população civil, a exemplo dos ataques realizados contra o Dizengoff Center, em 1996, e contra a pizzaria Sbarro, em 2001.Em 1989, o movimento sofreu um duro golpe quando Ahmed Yassin foi feito prisioneiro pelo governo israelense. Posteriormente solto em uma troca de prisioneiros, Yassin acabaria sendo morto durante um assassinato seletivo (targeted killing), pela Força Aérea Israelense, em 2004.
Em abril de 2006, o Hamas renunciou publicamente aos ataques suicidas. O último atentado suicida contra Israel reivindicado pelo Hamas foi em janeiro de 2005. Desde então o Hamas passou a realizar ataques com foguetes Qassam contra as cidades israelenses próximas à fronteira, notadamente Sderot, cidade israelense próxima a faixa de Gaza. E é aí que começa o drama da família do soldado Gilad Schalit preso a cinco anos e em poder dos integrantes do braço armado do Hamas que exigem a libertação de 1000 prisioneiros palestinos em poder da Justiça de Israel em troca da libertação do soldado. Os pais do jovem, Sr. Noam e a Sra. Aviva revezam durante dia e noite e são consolados por amigos, visitantes e por todos aqueles que se indignam com esta situação. Não nos cabe discutir as razões porque o governo de Israel não quis até agora negociar a libertação do jovem soldado, mas o fato é que me questiono se fosse este jovem um filho de um oficial do exercito, ou um filho de um integrante do alto escalão do governo ou de membro do Parlamento ou de algum magistrado, como se daria esta negociação? Afinal de contas já são mais de seis meses que esta família convive com a angustia ao imaginar as condições de vida e de supostos maus tratos sofridos por seu filho que nem mesmo a visita de membros da Cruz Vermelha lhe é permitida, numa violação aos direitos humanos consagrada pela Convenção de Genebra que assegura aos prisioneiros de guerra um tratamento civilizado e a garantia de assistência e da integridade física. Não sei quanto tempo ainda vai durar os conflitos entre judeus e palestinos, talvez isto leve muitos anos, mas penso que para aquela família já passou da hora de resolver este impasse, e penso que a ONU deve ser acionada e exigir das autoridades palestinas que não tolerem esta situação e que imediatamente a Cruz vermelha tenha acesso ao jovem soldado e a comprovação “in loco” de seu estado de saúde e de sua integridade física. Faço um apelo aos membros do Hamas para que libertem este jovem. Que o dialogo e que a solução dos impasses entre judeus e palestinos ocorram no âmbito da civilidade e na construção de uma convivência pacifica onde ambos, alcancem seus objetivos e tenham êxito sem que isto cause dor e sofrimento para as famílias.
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