terça-feira, 3 de agosto de 2010

A escolha de Barrabás

O texto de que trata esta narrativa dos apóstolos sobre a condenação de Jesus nos transmite algumas lições que podemos aplicar também na política e na nossa vida quando tivermos que tomar decisões. Nos dias de Jesus a Judéia era uma colônia de Roma e, portanto era governada por um romano e nesta época Pôncio Pilatos era o Governador da Judéia e como em toda colônia, o povo não tinha o direito de escolher quem os governava. O Governador era nomeado pelo Imperador Tibério César. Os Judeus, portanto eram infelizes pelo fato de viverem sobre a opressão de Roma e não terem o direito de escolher um governante entre os seus filhos. O episodio que envolveu o julgamento de Jesus foi um único momento na historia daquele povo em que lhes fora dada a oportunidade por ocasião da Páscoa festa sagrada para os Judeus de fazer uma eleição e escolher quem deveria ser liberto da prisão, pois era uma forma que os governadores faziam para ficarem bem com a opinião publica judaica, pois a páscoa os fazia lembrar do tempo em que foram escravos e prisioneiros no Egito, libertar um judeu era, portanto uma forma de reverenciar a sua crença. Sobre Jesus pesava a acusação de sedição (insurreição contra as autoridades constituídas)e de postular para si o governo de Israel o que se configuraria numa afronta ao Governo romano e a autoridade de César. Barrabás fora preso sobre a mesma acusação, pois era de uma facção política conhecida como os Zelotes que não aceitava a dominação romana e planejavam uma rebelião e insurreição contra as autoridades locais. Observe aqui que há um paradoxo entre a personalidade de Jesus e de Barrabás. Um representava a salvação e redenção espiritual de Israel baseada na submissão ao governo secular e reconhecendo a autoridade de Roma, Cristo, portanto não tinha razão nenhuma para está naquele lugar sendo comparado com presos rebeldes e com homicidas e ladrões perigosos, o seu único objetivo era cumprir a missão que lhe fora dada pelo seu Pai que mudaria completamente a sorte daquele povo. O outro tipificava o político corrupto que para se beneficiar usa de um discurso em defesa dos cidadãos e do povo, mas o verdadeiro intuito è usar as pessoas para suas praticas desonestas. “Havia um, chamado Barrabás, preso com amotinadores, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio” Marcos 15:07 Os Lideres religiosos e políticos da Judéia não queriam ver a libertação e mudança de vida dos Judeus, eles preferiam permanecer sobre a escravidão romana a aceitar o governo espiritual do Senhor Jesus, não queriam perder a posição que ocupavam e quando Pilatos no intuito de livrar Jesus de uma condenação injusta e sem razão, promoveu aquilo que seria mais tarde a implantação da democracia onde o povo faz a escolha, os fariseus fizeram aquilo que na política chamamos de mobilização popular para obter apoio para votar e escolher Barrabás. “Mas estes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado”. Marcos 15:08,09 Observe que na democracia o povo decide quem será o eleito, independente do caráter e da capacidade deste, se for um bom representante será uma escolha feliz, se ruim, sofrerá as conseqüências desta escolha. A escolha dos Judeus não só comprometeu aquela geração como também seus filhos e seus descendentes, pois eles mesmos disseram que preferiam que caísse sobre eles e sobre seus filhos o sangue inocente do Senhor Jesus. É muito comum nos dias de hoje vermos maus políticos arregimentarem cabos eleitorais que em troca de algum beneficio se mobilizam para conseguirem o máximo de adesão das pessoas para votarem nestes candidatos, que acabam se perpetuando no poder e comprometendo gerações inteiras. Pergunto-me se as multidões que foram curadas por Jesus, que comeram do pão e do peixe se elas fossem mobilizadas pelos discípulos certamente não trocariam Jesus por um homicida, entretanto os discípulos fugiram quando os guardas prenderam Jesus e sem os mobilizadores, prevaleceu o trabalho dos fariseus em prol de barrabás. Não basta acreditar na idoneidade e no caráter de um candidato, é preciso mobilizar os amigos parentes, pois os maus políticos também têm os seus cabos eleitorais que farão de tudo para elegê-los. Deus abençoe a todos em nome deJesus.